A relação Terra e Sol é por vezes
conflitante à assimilação humana. Conceber um sistema heliocêntrico estando
habituado coma aparente imobilidade terrestre e movimentação celeste é uma
situação que exige estratégias diversificadas e significativas.
Neste sentido esta maquete vem a
auxiliar a configuração de fenômenos celestes, tais como: movimento de rotação
terrestre e solar; movimento de translação terrestre; movimento de translocação
terrestre; nascimento e poente do Sol; alternância das estações do ano; pontos
cardeais; solstícios e equinócios e a identificação e representação de linhas
imaginárias.
Além disso, esta atividade se apresenta com
montagem simples e com custo baixo, facilitando a construção pelos professores
e ou alunos em diferentes ambientes formativos.
INTRODUÇÃO
Este objeto se apresenta com baixo custo e com
montagem simples. Também não envolve equipamentos e materiais sofisticados. No
entanto mesmo com aparente simplicidade este recurso pode ser significativo ao
ensino de Astronomia, pois representa e aproxima diversos fenômenos da
concepção humana.
MATERIAIS
Materiais
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Onde conseguir?
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Papelão
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Reciclável / papelaria
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8 Palitos de churrasco *
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Papelaria / Mercado
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16 clips *
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Papelaria
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8 bolas de isopor c/ 5cm de diâmetro **
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Papelaria
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1 lâmpada 60W
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Mercado / Construção Civil
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1 Soquete
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Mercado / Construção Civil
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2 metros de fio duplo
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Construção Civil
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1 tomada macho
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Mercado / Construção Civil
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Equipamentos
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Tesoura
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Fita Larga ou crepe
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2 canetas de distintas cores
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Régua
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Cola branca
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Transferidor
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Chave philips ou de fenda
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CONSTRUÇÃO
1ª Etapa:Neste primeiro momento, é construído
o Sistema de Iluminação, o qual representa a iluminação solar. Deste modo,
recorte 2 pedaços de papelão de 10x15cm (Figura 6A);
2ª Etapa: Cole ambos os pedaços, utilizando
cola branca e ou fita larga (Figura 6B);
3ª Etapa: Desencape cerca de 1 cm das quatro
pontas do fio duplo, com ajuda de uma tesoura e instale em uma ponta a tomada e
na outra o soquete, utilizando aqui uma chave philips ou de fenda. (Figura 7A);
4ª Etapa: Os soquetes comercializados trazem na
embalagem parafusos (geralmente com rosca sem fim) para a fixação do mesmo.
Desta forma obtenha os parafusos (Figura 8A e 8B) e fixe o soquete, com auxílio
de chave philips ou de fenda, sobre a região central das placas de papelão
coladas na etapa 2. Instale também a lâmpada de 60W no soquete (Figura 8C);
Nas próximas etapas é desenvolvida a
construção de um modelo de representação planetária, neste caso do planeta
Terra.
5ª Etapa: As próximas etapas constituem o
processo de construção da estrutura de sustentação. A qual é formada por uma Base e uma Coluna. Deste modo, recorte 8 pedaços de papelão de 7x10cm, os
quais serão denominados Base (Figura 9A);
6ª Etapa: Recorte também 8 pedaços de papelão
de 5x6cm, no qual o lado maior seja cortado longitudinalmente aos furos
internos do papelão, tais pedações serão denominados de Colunas (Figura 9B);
7ª Etapa: Em cada Base, com auxílio da régua e
caneta, faça uma linha média paralela ao segmento de 10 cm (Figura 10A);
8ª Etapa: Em cada Coluna e utilizando a
tesoura, caneta e transferidor, desenhe (Figura 10B) e recorte um triângulo reto
com ângulos de 90º; 23,5º e 66,5º (Figura 10C).
9ª Etapa: Para cada Base e Coluna utilize
agora 2 clips, os quais devem ser abertos em ângulos de 90° (Figura 11A).
10ª Etapa: Junte uma Base e uma Coluna, formando
assim a estrutura de sustentação (Figura 6C). Deste modo, fixe a Coluna
apoiando em cada lado os clips abertos em forma de “L” (Figura 11B). Detalhe, a
Coluna deve ser posicionada sobre a Base com o segmento que foi originado com o
corte do triângulo reto na etapa anterior.
11ª Etapa: Perfure cada bola de Isopor com um palito de churrasco. Caso
a esfera possua uma linha média, resultante de sua produção, cuide para que a
perfuração aconteça perpendicularmente a esta marcação (Figura 12A e 12B). Uma dica
é inserir o palito primeiramente em uma ponta, avançar até o meio e retirar o
palito para recomeçar na outra extremidade, mas agora terminando o serviço.
Entretanto, caso a esfera não possua uma linha
mediana, basta configurar uma marcação perpendicular ao palito de churrasco,
com uma das canetas (Figura 12B). Desta forma, o palito de churrasco representa
o eixo de rotação e a bola de isopor o planeta Terra.
12ª Etapa: É necessário também que as esferas
sejam posicionadas a mesma distância das pontas dos palitos de churrasco. Ou
seja, o polo da esfera que fica voltado para a região pontiaguda do palito de
churrasco deve ser posicionado a mesma distância em ambos os casos. Esta
distância é chamada aqui de “Y”, a qual é precisada levando em consideração a
altura em que se encontra a região equatorial da lâmpada posicionada no soquete
(sistema de iluminação) e obtida da seguinte forma:
Y = H - r
Sendo:
H – Altura da região equatorial da lâmpada presa
ao soquete (Figura 13);
r – Raio da bola de isopor.
13ª Etapa: Em cada bola de isopor faça também
as seguintes marcações:
a. Hemisfério norte e sul: na região de intersecção do eixo
de rotação escreva informações para lembrar tais hemisférios. Lembrando que a
região escolhida deve ser lembrada em todas as bolas.
b. Na sequência faça também marcações representando os
Trópicos de Câncer e Capricórnio. Deste modo realize uma marcação (círculo) a
norte (Trópico de Câncer) e outra a sul (Trópico de Capricórnio) da linha
equatorial. Ambas as linhas devem ficar a uma distância “x” do equador (Figura 12B). Esta distância pode ser calculada da seguinte forma:
X = (Dx3,14 / 4) 90x23,5
Sendo:
D – Diâmetro da bola de isopor.
14ª Etapa: Posicione cada eixo de rotação em
um dos furos centrais da coluna, fazendo com que o palito de churrasco fique
inserido em toda a extensão do mesmo (Figura 12C). Utilize a ponta mais estreita
do palito para realizar a perfuração. Cuide para os hemisférios estejam
voltados para o mesmo sentido, ou seja, caso tenhas escolhido por colocar o
hemisfério sul voltado para a estrutura de sustentação, faça isto com todas as
bolinhas – as “Terras”. Aqui, é indicado para que o hemisfério norte seja voltado
para a estrutura de sustentação, pois tal situação pode colocar o aluno em
situação conflitante, pois não há nenhuma necessidade de este ou aquele
hemisfério esteja voltado “para cima” ou “para baixo”. Embora, devido a uma concepção norte
americana, ou mesmo europeizada, observar o hemisfério norte voltado “para
baixo” é para muitos um conceito errôneo, acreditam que este deve sim estar
voltado para cima.
Como se pode observar mesmo o texto objetivar
a instrução, em vários momentos há o incentivo às ações próprias, procurando
assim valorizar a autonomia do professor e fomentar novas discussões.
Desta forma, é valido ressaltar que esta montagem é dedicada a explicar
fenômenos terrestres. No entanto, montagens semelhantes podem ser consideradas
para os demais planetas, para a abordagem de outros conteúdos. Deste modo, na
figura 9 é demonstrada a inclinação dos planetas solares, objetivando desta
forma fomentar futuras iniciativas. Todavia este novo desafio é apenas lançado
aqui e não inteiramente abordado, ressaltando assim a necessidade de demais
trabalhos que enfoquem esta temática.
Seguindo com a construção deste objeto, tem-se
agora a tarefa de posicionar as representações do planeta Terra ao redor da
lâmpada, que representa a iluminação solar. Mas como fazer isso? As terras
devem ficar posicionadas com o eixo de rotação em que direção? Neste objeto
como devem estar dispostos a estrutura de sustentação (Figura 11C) em relação ao
Sol? Estas perguntas podem ser instigadas aos participantes, aos alunos, para
promover discussão e construção de conhecimentos. Após esta abordagem é
iniciado a construção da elipse que orienta o posicionamento das representações
terrestres ao redor do Sol.
15ª
Etapa: Como já comprovado por Johannes Kepler: “Todo o Planeta descreve uma
órbita elíptica ao redor do Sol, estando este num dos focos da elipse”. Mas
como realizar a confecção da Elipse? Aliás, o que é uma elipse?
“Define-se elipse como um conjunto de pontos
cuja coma das distâncias (d1 e d2) destes pontos a dois pontos fixos (f1 e f2),
chamados focos, é uma constante (k)” (CANALLE e MATSUURA, 2007, p. 102). Deste
modo, quanto mais excentricidade tiver a elipse, mais distante será a distancia
dos focos e maior será seu achatamento (Figura 10). Já o círculo é uma forma
especial de elipse, o qual apresenta excentricidade nula. Ou seja, os focos se
encontram em um mesmo ponto.
Na construção de uma elipse a distância entre
os focos define sua excentricidade. Mas esta distância varia em relação ao
tamanho da elipse. Ou seja, a distância dos focos de uma elipse inscrita
ocupando todo o espaço de uma cartolina difere de uma elipse desenhada em uma
folha A4. Deste modo a elaboração de uma elipse pode seguir os seguintes
passos:
a. Inicialmente
descobre-se a distância entre os focos. Em uma região em que se desenharia um
círculo com diâmetro de 20cm (como na folha A4), utiliza-se este valor como
eixo maior da elipse “A” (Figura 10):
F = exA
Sendo:
F – A
distância entre os focos da elipse;
e – a excentricidade das órbitas dos planetas
(Tabela 2);
A – O eixo
maior da elipse.
Tabela 2.
Excentricidade das órbitas dos planetas
Planeta
|
Excentricidade
|
Mercúrio
|
0,2
|
Vênus
|
0,007
|
Terra
|
0,02
|
Marte
|
0,09
|
Júpiter
|
0,05
|
Saturno
|
0,06
|
Urano
|
0,05
|
Netuno
|
0,009
|
Fonte: Canalle e Matsuura (2007).
b. Deste
modo, para uma elipse terrestre desenhada em uma folha de A4, temos a seguinte
distância entre os focos: F= 0,02 x 20cm, resultando em F = 0,4cm ou 4mm. Ou
seja, neste caso a distância entre as canetas 1 e 2 (Figura 10) deve ser de 4
milímetros.
c. Para
o desenho propriamente dito, é utilizado aqui o método do jardineiro, no qual
se utiliza barbante e a ancoragem de duas canetas (Figura 10). Mas qual o
comprimento do barbante? Para isso, basta considerar a seguinte equação:
Sendo:
L –
o comprimento do barbante.
a. Em
seguida, posicione as canetas 1 e 2 na região central da folha A4 e com 4
milímetros de espaçamento. O laço com 20,4 cm de barbante deve laçar estas
canetas. Uma terceira caneta em seguida estica o barbante e começa a demarcar a
elipse (Figura 15).
No entanto, a representação da órbita
terrestre deve ser realizada em um espaço maior que uma folha A4, pois as estruturas
de sustentação, ora desenvolvidas (Figura 12C) são grandes em relação a tal
espaço. Desta forma, um espaço sugerido
é o piso da sala de aula ou mesmo uma mesa (Figura 16). Assim, para um espaço
em que A = 1 metro, tem-se F = 2cm.
16ª Etapa: Após a construção de uma elipse maior,
posicione o sistema de iluminação, com a região do soquete sobre um dos focos;
17ª Etapa: Já as estruturas de sustentação e logo os eixos de rotação
terrestres devem ser posicionados mantendo a mesma inclinação (Figura 18). Ou
seja, a linha mediana de cada Base (Figura 10A) necessita serem posicionadas
paralelamente umas das outras e mantendo a inclinação do eixo terrestre para
uma mesma direção. Entretanto, se esta atividade for desenvolvida pela turma,
pelos alunos, é interessante incentiva-los à posicionarem suas Terras em
relação ao Sol, segundo suas concepções. Por exemplo, na figura 12A, os
participantes posicionaram a Terra erroneamente, observem que os eixos de
rotação apontam para pontos conflitantes. Já em 17B, observe que as correções
estão sendo realizadas a fim de que os eixos de rotação mantenham uma constante
inclinação em torno de sua órbita.
Neste sentido, espera-se que os envolvidos
neste projeto tenham conseguido construir este objeto de aprendizagem e possam
agora partir para o desenvolvimento de conceitos, muito embora a própria
construção já tenha abordado alguns.